Rander Ariel.
O foco do texto é expôr as peculiaridades e especificidades conceituais do estudo de Pílar Garcia, Guido Stein e José Ramon sobre o comportamento e motivações dos profissionais nascidos em duas gerações distintas. A Geração X no período entre 1965 à 1983 e a Geração Y de 1984 à 1990. Entretanto, a mera proximidade de idade não basta para considerar um grupo parte da mesma geração.
É necessário identificar um conjunto de vivências históricas compartilhadas –obviamente, de caráter macrossocial– que determina alguns princípios de visão de vida, contexto e, certamente, valores comuns, suas influências sociais, suas principais caracteristicas e sobretudo seu perfil comportamental/psicológico.
Marcada por profissionais extremamente pragmáticos, a safra dos X reúne executivos cujas ações são orientadas pelo senso de oportunidade. São ágeis no aprendizado e bons empregados, daquele tipo que, em alguns segmentos, merecem o chamamento de “pé de bois”. Não é à toa. Eles têm como foco construir uma carreira sólida - muitas vezes, o que acontecerá numa só empresa que lhes dará diversas oportunidades - por meio da qual possam ascender socialmente e conquistar bens e posição econômica que seus pais nunca atingiram.
Jovens entre 20 e 30 anos com grande potencial de liderança, os Y são ambiciosos, buscam dedicar-se a projetos que representem suas causas, reconhecimento e evolução rápida na carreira. Ao mesmo tempo, não lidam bem com restrições e se pautam pelo imediatismo: sem resultados palpáveis para seus projetos, tendem a dispersar.
E também sobre a Motivação e Valores, gerações que trocaram uma concepção mecanicista do trabalho por uma mais aberta, na qual o trabalho não é só uma forma de sobreviver economicamente, mas fonte de satisfação e desenvolvimento pessoal.


Geração X:
“A Geração X, carrega o fardo de ter crescido durante o florescimento do Downsizing corporativo o qual girava em torno da segurança no emprego.”
Rainmaker Thinking Inc.


São profissionais de grande experiência e que passaram por diversas situações em suas carreiras que nenhum livro jamais poderá ensinar na prática.
O termo é usado para demografia, ciências sociais, e marketing, além de ser usualmente citado na cultura popular. É considerado uma "geração perdida", pois muitos entraram em um novo mundo fora das perspectivas utópicas, tendo que se conformar com um padrão de vida mais realista e consumista em pleno período de guerra fria. Segundo Janelle Wilson, socióloga americana e autora de um dos mais completos estudos sobre os adolescentes, esta geração é considerada mais cínica comparada a dos Baby Boomers, pois cresceu com uma nova realidade social. Muitos eram filhos de pais separados, viviam em casa em que homem e mulher trabalhavam fora. Assistiram ao início da decadência dos antigos padrões sociais e não tinha medo de jogá-los para o alto. Além disso tiveram contato com as novas tecnologias. A maioria nasceu depois da chegada do homem à Lua (1969), viu surgir o videocassete e o computador pessoal.
A geração X não cresceu em meio a um ambiente estimulante, mas boa parte dela acaba conseguindo tirar proveito das coisas novas, ainda que não seja com a mesma eficiência. O processo de aprendizado, no entanto, é um pouco mais lento. Os profissionais sentem muito a falta de orientação e treinamento formal para as coisas novas.
No comportamental, a geração X tem um bom equilíbrio entre família e trabalho, mas cuida desses dois elementos de forma separada. Dessa forma, precisa equilibrar seu tempo na empresa para que o trabalho não atrapalhe sua vida e não seja desmotivado.
No cotidiano, tem um pouco de receio de compartilhar suas ideias e experiências com medo de perder crédito por seus trabalhos, tampouco se sente na obrigação de realizar esse tipo de troca.
Apesar de algumas desvantagens no confronto com a geração Y, o profissional tem a grande vantagem de ter atravessado crises e de contar com um conhecimento muito mais amplo de tecnologia. Ele já era adulto quando a revolução da microinformática chegou ao Brasil e com isso consegue ter uma visão de mercado bastante ampla.
Geração X é muito bem aproveitada na implantação e supervisão de projetos já testados, pois possui uma grande habilidade de aprender com as velhas experiências. É uma geração cada vez mais requisitada em um mercado no qual as empresas buscam garantir estabilidade para retomar o crescimento após o arrefecimento da crise. O pragmatismo dos representantes da “Geração X” fá-los medir o seu sucesso pelos seus feitos ou capacidades adquiridas mais recentes em oposição a contribuições a uma visão maior. Desprovidos de formação formal de liderança, os membros da “Geração X” podem não ser muito polidos e debater-se com as nuances subtis da liderança. Como geração, os representantes da “Geração X” são modulares, concentrados na sua esfera de influência — a família e os amigos. Têm pouca consciência da sua superior força colectiva como geração. Como tal, muitas vezes faltam-lhes as redes e ligações necessárias para influenciar instituições e poder para fazer mudanças benéficas.


Curiosidades sobre a Geração X, influenciada pela música Grunge no qual o Nirvana foi a banda símbolo da geração.
Por Bruno Puga


"A geração X abraça fervorosamente a mídia eletrônica", segundo o novo relatório eMarketer, Generation X: Coming of Age Online. "Os computadores, PDAs e telefones celulares estão enraizados em todos os aspectos da vida da Geração X. Eles ansiosamente aderem a novos aparelhos e aplicações como substitutos para os já existentes". Uma vez que a maioria dos Xs ganha salário integral, eles têm dinheiro para gastar. Segundo a Javelin Strategy and Research, o rendimento total da geração X foi de US$ 3,67 trilhões em 2007. É estimado que esse valor cresça para US$ 4,2 trilhões em 2017.
De acordo com estatísticas da Census Bureau, nos Estados Unidos, a partir de julho de 2007, quase 84 milhões de pessoas que estavam com idade entre 25 e 44 estavam na geração X.
Ao mesmo tempo, a Pew Internet & American Life Project estima que 90% de uma plena geração X utiliza a internet apenas 1% menos que a Geração Y.


Geração Y:
“Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o mundo”
Rita Loiola, Revista Galileu


A Geração Y, também referida como Geração millennials ou Geração da Internet é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, à coorte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década de 1990, sendo sucedida pela Geração Z.
Esta geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. Os seus pais, não querendo repetir o abandono das gerações anteriores, encheram-os de presentes, atenções e atividades, fomentando a sua auto-estima.
Cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades, fazendo tarefas múltiplas. Acostumados a conseguirem o que querem, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e lutam por salários ambiciosos desde cedo.
Uma de suas características atuais é a utilização de aparelhos de telefonia celular para muitas outras finalidades além de apenas fazer e receber ligações como é característico das gerações anteriores. Enquanto grupo crescente, tem se tornado o público-alvo do consumo de novos serviços e na difusão de novas tecnologias. As empresas desses segmentos visam atender esta nova geração de consumidores que se constitui um público exigente e ávido por inovações. Preocupados com o meio ambiente e causas sociais, essa nova geração tem um ponto de vista diferente das gerações anteriores que viveram épocas de guerras e desemprego, com o mundo praticamente estável e mais comodo a liberdade de expressão, esses jovens conseguiram se preocupar com valores esquecidos como vida pessoal, bem-estar e enriquecimento pessoal.
Com 20 e poucos anos, esses jovens são os representantes da chamada Geração Y, um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não funcionam - e as novas estão inventando sozinhos. "Tudo é possível para esses jovens", diz Anderson Sant'Anna, professor de comportamento humano da Fundação Dom Cabral. "Eles querem dar sentido à vida, e rápido, enquanto fazem outras dez coisas ao mesmo tempo."
É uma geração mais individualista e autônoma, que faz questão de colocar sua opinião em destaque e não abre mão de gerenciar sua vida pessoal simultaneamente à profissional. No dia-a-dia do trabalho, não têm medo de trocar informações, compartilhar experiências e possuem uma grande capacidade de inovação. Entre os pontos fracos está a ansiedade, o imediatismo e o fato de não saberem exatamente como lidar com um momento de crise ou uma bolha de mercado. Outro ponto que as companhias costumam destacar como negativo é a insatisfação que toma conta do profissional no caso de ele não receber uma promoção após o primeiro ano de empresa.
A geração Y costuma ter a preferência das empresas em tipos de projetos nos quais é necessário reestruturar e reorganizar novas ideias. Seu perfil pode ser bastante aproveitado em consultorias voltadas à inovação e ambientes que buscam o desenvolvimento de novas estratégias de mercado. As companhias que realizam terceirização de serviços se beneficiam desse perfil.


Curiosidades sobre a Geração Y ” busca do significado”.
Por Fundação Instituto de Administração (FIA/USP)
Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) realizada com cerca de 200 jovens de São Paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. Na questão "qual pessoa gostariam de ser?", a resposta "equilibrado entre vida profissional e pessoal" alcançou o topo, seguida de perto por "fazer o que gosta e dá prazer".O estudo, desenvolvido por Ana Costa, Miriam Korn e Carlos Honorato e apresentado em julho, tentou traçar um perfil dessa geração que está dando problema para pais, professores e ao departamento de RH das empresas.
Vida Pessoal em primeiro lugar : Os sinais mais claros da importância que os jovens dão aos próprios valores começam a piscar no mundo do trabalho. Como seus funcionários, as empresas estão flexibilizando as hierarquias, agindo em rede, priorizando a ética e a responsabilidade. E, se no passado a questão era saber equilibrar a vida íntima com uma carreira, hoje isso não é nem sequer questionado: a vida fora do escritório é a mais importante e ponto final.


Motivação e Valores:


O Estudo feito aponta que motivação e valores está empregado veementemente na Geração X e com foco em gerações anteriores, na qual o trabalho não é só uma forma de sobreviver economicamente, mas fonte de satisfação e desenvolvimento pessoal. Por sua vez, o cenário de trabalho de hoje é especialmente complexo, por conta de alguns fenômenos:
- A idade de aposentadoria aumentou. Ao mesmo tempo, as empresas não valorizam os profissionais mais velhos.
- Faltam profissionais em vários setores.
- Um fator de diversidade é acrescido com a imigração e a crescente incorporação das mulheres nas empresas.
- Em muitas organizações, as horas de trabalho e a pressão são muito altas, o que dificulta a conciliação entre vida profissional e pessoal.
- Os trabalhadores têm mantido ou reduzido seu poder aquisitivo; os benefícios empresariais e os salários da alta direção, porém, aumentaram extraordinariamente.
Os Y parecem não se importar muito com uma questão-chave para as gerações anteriores: a promoção. A rotação não os assusta (a situação do mercado lhes permite isso) e, apesar de se motivarem a escalar posições, não é tanto pelo que estas representam em poder, mas porque implicam reconhecimento e maior possibilidade de colocar em marcha suas iniciativas. Por isso, podem rechaçar promoções que resultem em perda da qualidade de vida. Não é por despeito, como se poderia interpretar, mas porque não estão muito seguros do que querem, e não vão trocar independência por poder.
A análise comparativa das gerações X e Y revela muitos pontos em comum. Os jovens atuais viveram a infância em um contexto de bem-estar social e econômico e se mantêm mais tempo dependentes da família. A geração X trabalha por motivação enquanto os Y trabalham pelos objetivos vinculados aos salários desde que satisfaçam suas conquistas.


Portanto,

Com base no estudo feito por Pílar Garcia, Guido Stein e José Ramon, e nas análises da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) e de Rita Loiola editora e redatora da  revista Galileu e das pesquisas de Bruno Puga e Rainmaker Thinking Inc, concluí que a comparação entre duas gerações não é um válido. No entanto, se um tem de lidar com as diferentes gerações no mesmo local de trabalho e, em seguida, a comparação torna-se inevitável.
As organizações que estão se atentando (muitas já se atentaram) para esta mescla de profissionais, podem tirar vantagens muito interessantes e conseguirem vantagens competitivas, resta saber se os paradiguimas irão prevalecer ou se esta mescla acontecerá de maneira sólida e real.
As especificidades de cada geração são grandes, a geração X devido as crises violentas que enfrentaram, sobretudo no final da década de 80, tornaram-se céticos e superprotetores, ouso dizer que é a geração mais conservadora da força de trabalho, em contrapartida  a geração Y ganharam autoestima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido em longo prazo, que se desenvolveu sobretudo pelos grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica, e sua caracteristica mais marcante é : Eles querem trabalhar, mas não querem que o trabalho seja sua vida. 
Existe o risco de perder a oportunidade de aproveitar o melhor que cada geração tem para oferecer de modo a responder aos desafios de um local de trabalho complexo, caótico e global. O choque de cultura comportamental nas empresas onde tem funcionários de cada geração é inevitável, e cabe a cada empresa/organização saber como agir e liderar os diferentes colaboradores das gerações.

Texto escrito por : Rander Ariel e Luzia Helena
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